quarta-feira, julho 6

CRÔNICA: “POR PURO PRAZER"


Fazer um som, nada mais!” Essa é a ideia principal quando se monta uma banda, (um conjunto, um grupo, uma dupla, ou uma pessoa tocando violão no quarto para os amigos), seja qual for o estilo, a ideia é sempre a mesma: fazer um som.

Acho que no inicio de toda banda ninguém ta nem aí, não se pensa em grande escala, pelo menos foi assim que tudo começou. A gente se reuniu pra fazer um som, até hoje é assim, era apenas a vontade de saciar uma sede, uma coisa incontrolável que fica roendo dentro da gente, como se tivesse sido possuído, uma doença, é um desejo mútuo de plugar os instrumentos e tocar, tocar, tocar.

Outro dia um baterista de uma banda (ou de varias), disse que ele não toca por tocar, que é necessário agradar o publico, as pessoas que só querem ouvir as “tops” da rádio e nada mais, que ninguém liga pra qualidade, ou estilo, e que, ele se faz meio como prostituta, e faz tudo o que lhe for pedido, essa foi razão que fez ele largar sua banda principal para fazer free-lance porque assim ele teria muito mais chances, sendo assim, vai aonde der mais para não ficar para trás, como uma corrida, uma competição, um duelo, já faz mais de dez anos que ele vive tentando, suas “ex” banda também continua na ativa, dizem que ele até tentou voltar...

Até respeito essa linha de pensamento, mas não concordo, no nosso caso foi tudo ao contrário, sem premeditar as coisas, o lema sempre foi fazer um som, nunca fomos de fazer muitos planos ou medir as consequências, talvez por isso sempre fazemos músicas e tocamos o que gostamos de tocar, e sempre conquistamos respeito do público. Penso que qualquer som de qualquer banda bem tocado independente de estilo, conhecida ou não será respeitado, desde que seja original, porque além do som deve se ter prazer, sentir a música pulsar, para criar uma sintonia geral, caso contrario não vale a pena. Contrariando o pensamento de outras pessoas que acham que tudo é uma competição de ganhar e perder, como um campo de batalhas, acredito que as pessoas que vão a um show querem ser surpreendidas positivamente e não sempre ver e ouvir as mesmas coisas.  

Sempre pensei no futuro como daqui a cinco, dez minutos, não consigo ir mais além do que isso, o importante sempre foi o momento, se uma coisa certa sobre o futuro e que ele é incerto.
Antes de subir no palco, ou mesmo num simples ensaio (fazer um som), sempre penso tem que valer a pena por hoje, amanha também.